segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Entrevista Mercedes Alencar para Ape Paraguay!



Mercedes Alencar es una militante de la causa de los migrantes paraguayos São Paulo. Hija de una paraguaya y un brasileño, cuenta cómo es ser mujer y migrante en el Brasil.

1-Ciertamente ahora, existe un cambio de paradigmas en el Brasil que tiene una mujer presidente...pero ¿Cómo es ser mujer y migrante?
A mulher sofre uma dupla discriminação: a de mulher e de imigrante. A condição de violação dos direitos e opressão a que estão submetidos os seus companheiros, os que primeiramente conseguem o trabalho são reproduzidos dentro do ambiente doméstico. São reforçadas as tarefas domésticas das mulheres e ainda com o sobrepeso de suportar a reprodução do sistema opressor que seus companheiros vivem no ambiente de trabalho.
2-Cómo es tu situación? Sos paraguaya, sos de padres paraguayos, hijos paraguayos?
Sou brasileira, nasci em Mato Grosso do Sul, um Estado que faz fronteira com o Paraguai. Migrei para o Estado de São Paulo faz 11 anos. Minha mãe é paraguaia, nasceu no bairro de Trinidad, Assunção. Meu pai é brasileiro, da região do nordeste do Brasil. Vim para São Paulo, como eles e milhares de paragauaios e nordestinos, em busca de melhores condições de trabalho e estudos.
3-¿La mujer migrante suelen ser las proveedoras de sus familias en Paraguay, incluso más que los hombres, cómo se ve esto en las compatriotas que van al Brasil?
Na cidade de São Paulo, observa-se uma especificidade no que se refere a migração que ocorre, por exemplo na Espanha. Há uma vinda maior de famílias constituídas e, principalmente jovens em grande escala. É possível, a grosso modo, explicar esse fluxo dado ao menor custo de deslocamento entre Paraguai e Brasil, que possibilita, entre outros fatores, a vinda de famílias inteiras.
4-¿A qué se dedican las mujeres paraguayas que van al Brasil?
Na cidade de São Paulo, região que atuamos pela Associação Integração Paraguai Brasil Japayke, a absorção de 99% da população migrante paraguaia dá-se na cadeia produtiva do vestuário, ou seja, as mulheres se dedicam á costura. Há de se ressaltar que as condições de trabalho são muito precárias, onde, na mesma condição dos companheiros do sexo masculino, são exploradas nos seus direitos trabalhistas, com horas exaustivas na jornada, baixos salários e péssimas condições de salubridade.
Nos casos em que seus companheiros se tornam proprietários das oficinas de costura e mantém uma produção familiar, as mulheres atuam nessas condições como responsável pela alimentação e dos afazeres domésticos de todos que integram a produção. Lembrando que a jornada é tão ou mais intensa das que se dedicam a costura.
5¿-Existe alguna política de inclusión desde el EStado Brasileño para las mujeres migrantes?
Tradicionalmente no Brasil, esse papel foi assumido pela Igreja. A religiosidade do latino americano impulsiona a Igreja a mobilizar-se para prestar, além do apoio espiritual, uma gama de serviços assistencialistas. Com o aumento do fluxo migratório e com o avanço das políticas públicas advindas do Governo de Luis Inácio Lula da Silva, as políticas sociais ganharam maior amplitude, exigindo da sociedade civil maior participação para garantia de direitos, seja de migrantes, seja de mulheres, seja de trabalhadores. Estamos em processo de consolidação dessas políticas e, agora com muito otimismo, vez que elegemos uma presidente que assume a continuidade das conquistas e dos avanços que até o momento foram construídos.
6-En Argentina, los y las migrantes paraguayas para sobrevivir deben pasar por un proceso de trasnculturación práctica, esto se visualiza mucho en la adquisición de modismos y tonos del español en esa parte de la región ...¿Cómo se asume esto en el Brasil o cómo hace un inmigrante para "pasar desapercibido", "ser aceptado", "no llamar la atención? El idioma?
No caso do Brasil, São Paulo, pela diferença do idioma, há uma guetização desta população. Os migrantes se alocam em bairros de maior concentração do trabalho em que atuam, no caso aqui no Bom Retiro e no Brás, bairros de tradição do vestuário. Essa transculturação não ocorre de imediato, o paraguaio mantém seus hábitos alimentares, suas preferências musicais, sua forma de diverção, etc. Há casos curiosos de migrantes que residem anos nesses locais e que nunca foram além dos limites desses bairros. É da característica de uma cidade metropolitana como São Paulo, formar guetos de acordo com o local de migração, assim é que temos aqui bairros de japoneses e chineses, italianos, bolivianos, etc.
7- Cuál es la lucha más fundamental para ser una mujer, migrante que además, asume una postura política, trabaja en política?
A luta fundamental é aquela de todos que acessa uma mínima consciência da exploração a que estamos sujeitos neste sistema selvagem do capital e do mercado, que é a de conciliar a luta política com a luta pela sobrevivência. É uma batalha árdua, cotidiana, que exige muita força e coragem, sobretudo para a mulher.