segunda-feira, 27 de abril de 2009

Curimba...no coração do gueto..



A mais nova aquisição artístico-musical do cenário de bandas alternativas de Campo Grande, inova, muda, revira, dança, grita, pula e transcende barreiras e hábitos da noite da capital do Pantanal. A atração mais atuante, nas noites e nos bares, sem dúvida, se chama Curimba.

O nome surgiu de uma brincadeira que o vocalista fazia com os demais integrantes, referindo-se à etnia de ambos, japoneses ou descendentes deles. Mas, como tudo que tem nome tem um significado e principalmente um registro, a banda resolveu pesquisar. Além de peixe, Curimba é o nome dado aos Ogãs, que são os executores dos toques de abataques e tambores da Umbanda. “Curimba é aquele que toca a música sacra brasileira. Tudo ver com agente!”, conta André Stábile, o vocalista. Do terreiro das seitas religiosas ao nome de peixe genuíno, surgiu a banda que mudou Campo Grande.

André ultrapassou todas as vertentes do cenário regional e aderiu às composições urbanísticas e futurísticas do Estado. A mescla do samba com o funk, reggae, rock e o rap deu certo. Suas canções inovaram as mentes inerentes de um povo que estava estagnado e parado no tempo. A idéia de mudança, de moderno, de novo, possibilitou aos integrantes nipo-brasileiros (como eles mesmo se definem) ousar e divulgar em “Serve um terá”, “Buraco Negro”, “Só saudade”, “Avisou” entre outras.

Canções de Pedro Luis e a Parede, Novos Baianos, Vinícius de Moraes e Tom Jobim compõe o repertório da Curimba. As influências musicais de André (vocal) e de Carlixo (guitarra), Renan Okumoto (violão), Adrian (baixo), Japão (bateria) e Chicá (percussão) são dignas de quem entende e valoriza a boa música popular brasileira.

O investimento em ritmos sonoros nos transporta para uma realidade nunca vista na cena. Segundo comentários no MySpace da Curimba, “Campão renasce” e nasce numa época onde o público recebe de braços abertos a mais nova banda campo-grandense.

Em entrevista, André Stábile nos oferece mais umas dicas sobre a mais nova banda da capital do Pantanal.

Como vocês encaram o cenário atual da musica regional, e futuramente?
Toda cena artística depende dos artistas que fazem parte dela, mas depende também do publico que absorve essas informações e diz se é mesmo boa ou ruim. No nosso caso, que já estamos na vida profissional há algum tempo, percebemos a cada dia que o momento certo é realmente esse. Acreditamos que agora, a cena musical campo-grandense esta chegando a uma maturidade que tantos os artistas, quanto o publico necessitam de coisas boas e novas. E por aqui encontramos muitos novos compositores que escrevem sobre a nova realidade de Mato Grosso do Sul, como Vinil Moraes, Cris Haicai, Xaras Gabriel, Rafael Coelho, Ricardo Grassi entre outros que estão fazendo, humildemente o “acontecer” no meio do mato. A banda Curimba tem orgulho de estar participando desse marco histórico para a arte do estado.

Qual o diferencial da Curimba?
Acho que a principal diferença é que nós queremos mostrar a nossa arte, nossa visão e tudo isso sem receios. Desde o primeiro show tocamos quase na totalidade, apenas musicas autorais, assinadas por mim e por muitos dos que citei acima. Muitos músicos da cidade ficam com medo de serem desaprovados pelo público ou pelos donos de bares e apelam para musicas de outros artistas mais conhecidos. A banda Curimba está aqui pra mostrar que é perfeitamente possível que uma banda toque apenas musicas autorais e que isso, naturalmente vai valorizar ainda mais o nosso trabalho.

A união com Haicais, como surgiu?
Nós fazemos parte de uma série de artistas que tem o mesmo pensamento, as mesmas ideologias. Assim como a Curimba e a Haicais, existem outros parceiros. Essa união com a Haicais surgiu como uma fagulha que estávamos precisando como estopim pra tudo isso que agora esta acontecendo. É uma parceria que dá certo e vem trazendo resultados positivos, tanto pra nós, quanto pra toda a cena atual. Vamos sempre tentar levar ao publico essa sensação de novo, de “refresco pras idéias” fugindo um pouco dessa “tradicionalidade” que paira sobre nossas cabeças.

O que Curimba acha da música autoral em “Campão”? Dificuldades, retorno da galera, como vocês tem sentido essa recepção do público?
A musica autoral em Campão sempre foi muito restrita, tanto que até músicos integrantes de grandes bandas que estão na cena a mais de 10 anos ainda tem em sua cultura adicionar mais musicas covers do que as autorais em seu repertório e ainda pior, incentivam os novos a fazerem o mesmo e não a se libertarem dessa ditadura musical que existe por aqui. O legal é que, mesmo com pouco tempo de formação já formamos um publico que aprecia de verdade nossa musica, isso só mostra que esse é o caminho.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

AC/DC Cover Oficial em Campo Grande

Produção: Carol Alencar e Buteco's Bar (Dourados/MS)
Banda Convidada: Old Barreiro