quinta-feira, 12 de março de 2009

Pequenos Oratórios de Coisas Desúteis - Miska



Ao ler as críticas de “Pequenos oratórios de coisas desúteis”, novo trabalho da artista plástica Miska, pode se ter uma idéia de valor inestimável à vida. Sem melodramas, a exposição que se inicia hoje a noite (12 de março) no SESC HORTO, retrata minuciosamente os valores de objetos que são desperdiçados e esquecidos no tempo.

As caixas dessa exposição, diz respeito à infância, ao tempo, aos lugares, às coisas, aos pequenos detalhes de uma situação qualquer, às emoções, às afetividades, ao futuro, enfim, à imaginação que cada pessoa vai ter em se deparar com as telas.

Miska nos propõe em uma viagem transcendental aos pequenos detalhes que não tem lá, tanta importância mais na vida, e que de certa forma, estão ali, retratados de uma maneira lúdica e mística.

Pequenos oratórios de coisas desúteis estão retratados aos sinceros parágrafos de Manoel de Barros, que permite ao observador e, também, ao leitor do poeta, uma reviravolta e reflexão da infância, do passado, da saudade, do infinito, do hoje e do amanhã.

Segundo o olhar de Maria Adélia Menegazzo “...a palavra pode pouco, mas as pequenas coisas encontram seu espaço em cada um de nós, confirmando que o presente é verdadeiramente o tempo da memória e a lembrança sua eterna soberana”.

A lembrançinha que sua tia-avó te deu em mil novecentos e oitenta e três, o sapatinho da sua primeira boneca, aquele “mimo” que seu avô te deu de presente, aquele carrinho que você brincava com seu irmão, aquele postal que sua madrinha te mandou da Europa, enfim, as coisas que você, literalmente, guardou por muito tempo no fundo da gaveta, ou que estão somente na sua memória, podem ser relembradas na exposição da artista.

Em trinta anos de carreira, dedicados à cultura, mais precisamente à pintura e ao desenho, Miska une à sensibilidade, a experiência que sobrepõe o medo, a coragem de brincar com coisas sérias, e apresenta o novo projeto em uma surpreendente exposição.

“Mas atenção! É necessário mais do que um par de olhos para se enxergar”, retrata Jair Damasceno em homenagem à artista plástica. Já Manoel, a presenteia em O Livro sobre o Nada:

“O que eu queria fazer era brinquedo com palavras. Fazer coisas desúteis. O nada mesmo. Tudo que use o abandono por dentro e por fora”

A abertura começa às 19h30 no SESC HORTO.

Carol Alencar

Jornalista e Produtora Cultural

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